Estava_Escrito

Estão escritas as palavras e o nosso destino...também?

maio 01, 2005

Ainda sobre gostar...

Já pensei tantas vezes nisto, e não consigo chegar a conclusão nenhuma. Sabes...às vezes estou na rua e começo a observar as pessoas e chego à conclusão de todas as pessoas procuram alguém... Parece que andamos todos à procura dessa outra metade. Se calhar é por isso que lhe chamam metade, porque fica sempre aquela sensação de incompleto enquanto não é encontrada...
O que tento fazer é acreditar que não... claro que é possível viver sem essa outra metade, e que não faz sentido entrar nessa busca incessante, o que nos vai acontecer é entrarmos numa espiral sem fim, onde começamos a procurar algo que podemos nunca encontrar (como o fim da espiral...). E há momentos em que consigo realmente acreditar nisso... Mas outros há em que não me consigo abstrair dessa sensação que fica quando observo as pessoas, quando observo o mundo.
Tento perceber como é que o Homem evoluíu tanto, criou tanta maquineta, criou conceitos, definições, equacionou Leis da Gravidade e da Cinética, alterou o mundo, até foi à Lua, e no entanto há tanta coisa ainda por explicar. Ninguém consegue explicar porque nos apaixonamos, porque amamos, porque escolhemos determinada pessoa, porque sentimos o que sentimos quando paramos de pensar e deixamos que as emoções tomem conta de nós. Ninguém nunca percebeu isso, nunca ninguém encontrou forma de as susbtituir. E a Medicina, que nos prolongou a vida, nos tirou tantas dores, nos tornou mais fortes, não consegue curar essa febre da paixão nem tirar as nódoas negras que ficam quando as coisas correm menos bem.
Num mundo tão evoluído, em que impera o inox, a lógica, o dinheiro e as percentagens, existem amores que podem provocar verdadeiras explosões nucleares.
Porque é que os filmes são na sua maioria histórias de amor? E as músicas porque é que quase todas falam de alguém que partiu, de momentos a dois que não se esquecem, de noites em que toda a gente parece desaparecer porque “tu” estás presente?
E a nossa Felicidade? Onde fica? onde está? Casos e casos de milionários sofisticados, cheios de coisas e coisas e mais coisas, que são uns infelizes.
Admitir que até o mais cruel dos assassinos, pelo menos uma vez na vida, deve ter sentido algo por alguém, nem que tenha sido apenas pela própria mãe... sei lá...
Posso ser uma romântica incurável, mas fico incrédula como é que essa força nos domina, nos controla, nos faz caminhar ou cair. Até eu gostava de um dia declarar guerra ao Amor e dizer-lhe “Pára! Deixa-nos controlar o mundo, a nossa vida, o bater do nosso coração!!!”. Deixa-nos sermos modernos, evoluídos, livres, independentes, lógicos e sistemáticos. Deixa que tudo seja óbvio, claro e coerente. Deixa-nos controlar essa caixinha que temos do lado esquerdo do peito e deixa-nos sermos donos e senhores de tudo o que ela encerra. Deixa-nos não gostar, não amar e, principalmente, não nos deixes apaixonar...
Agora percebo porque dizem que és cego, acho que também deves ser surdo, senão já terias ouvido estes pedidos e terias libertado o mundo da tua lógica incompreensível... No fundo sei que são estas as regras do jogo... resta-me jogar.

3 Comentários:

Às 2 de maio de 2005 às 10:03 , Anonymous Anónimo disse...

Posso rebater quase tudo o que disseste, se estivesse num dia bom ;)

Hoje não o faço, pelo menos por aqui. Talvez com um café à frente? Bjokas

 
Às 2 de maio de 2005 às 20:15 , Blogger Ana Barros disse...

Café combina com uma discussão sobre o Amor??? Talvez...ambos são substâncias que aceleram o coração, não há como o primeiro e ambos acabam por ser viciantes. Certo?

 
Às 16 de maio de 2005 às 15:32 , Anonymous Anónimo disse...

Declarar guerra ao Amor?! Não. Nunca. Isso não seria o mesmo que declarar guerra à vida? Somos e seremos sempre guerreiras. Mas não contra ele. Sempre por ele. Sempre em nome dele. Em nome do Amor.

 

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